domingo, maio 31, 2009

A estátua audaz

Aqueles de outra época anunciavam: As flores fenecem assim como tudo que caminha pela Terra. A velha e gélida estátua demonstra tal ventura pela sua aparência fúnebre e lúgubre. Não há calor em sua constituição acinzentada e gasta pelas vãs lutas em busca de ilusões. Sua cruz é o próprio mundo, que a consome. Lamento. Não posso deixar de dizer. Tal animalidade deve ser registrada para que os homens de amanhã não sintam em seus ombros tal peso. Isso é passado e não deve se repetir. Não há razão. Os tempos mudaram. Os dias são outros. Devemos ouvir o que dizem os grandes. Devemos ser grandes em potência e em envergadura. Basta de nos servir com salsichas processadas com a miudeza de pensamentos, corrosivos e obstinados, tais como foram presenciados.

Tudo o que permaneceu foram as marcas. E, o fato que de tudo continua se modificando. Conflitante? Mudança constante é a única coisa permanente. E ponto. Com que devemos gastar da luz do dia? Shakespeare. Sê inteiro em tudo o que fazes! Pessoa.

Era manhã de quarta-feira. Cedo, bem cedo. E o mundo já havia caído. Não havia razão. Ah, sim havia: Exercício de prepotência e arrogância, recheada de requinte, polidez e aparência. Era tudo lindo. O desprezo, a humilhação, o uso adequado do verbo para condenar e criticar. Havia tons de delicadeza, para dar liga. Mas havia salvação, sempre houve. FOCUS ON. Lembrara do conselho recente do bom amigo de muitas eras. “Nestas horas tire sua mente deste ambiente contaminado. Imagine uma borboleta voando tranquilamente pelas pradarias do sul numa tarde ensolarada, de vento brando.” Feito.

Quem é o vilão? O dinheiro ou o homem? Pobre recurso, manipulado pelas mentes mais doentias a propósito do ego. Não vejo problema no dinheiro, mas na forma deturpada que o espírito humano o manipula. Pobre, quando rico se perdeu. Blasfêmia. Estampado em seu rosto inerte repousa seus atos. Tudo o que foi capaz de fazer para que lhe restassem alguns tostões a mais. Mentir, manipular, abusar de seu falso e ilegítimo poder, fruto de sua própria mentira. Você acordou, pobre. Você acordou vazia de valores, de sentimentos, vazia de humanidade e quis que o mundo fosse assim. Você se levantou de sua tumba fria e trouxe consigo sua falta de humanidade. Não, múmia não, não se aplica. Tiranos não merecem tão reconhecimento. Abandona a tirania, pobre diabo.

A Cesar o que é de Cesar! Está rico! Banhe-se em sua falsa fortuna. Tua fama o precede. Mas você prefere o conforto de sua cegueira. Desculpe-me, não basta novas lentes. É necessário renovação. Não é. É o que ser quer ver. Ou deixar de ver. Faz de conta. Isso te apetece não é?

São Paulo-SP

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